Pintado de cinza!
Parece que a noite se esqueceu de ir embora.
Por entre nuvens carregadas o sol tenta brilhar,
os poucos raios que trespassam o cinzento que pintam o céu não conseguem clarear o dia.
Olho através da janela, depois de um acordar tardio, e bate uma saudade desmedida.
São longos dias perdido no calendário da vida,
muitas horas de pensamentos confusos e ideias sem fio.
Nestes gritos interiores de revolta, por entre descontroláveis arritmias,
perco-me pela paisagem até onde o céu descansa sobre o cume das serras.
Certamente que para lá desse cume há mais vida,
mais olhares através das vidraças,
mais saudades,
mais pensamentos confusos e ideias sem fio depois de um acordar tardio.
Ou talvez não!
Ou, certamente há outra gente!
Gente que no calendário da vida ainda se sente presente.
Gente que vê o brilho do sol a clarear vivamente o florescer da colorida primavera.
Gente que, com desmedida alegria,
desmente a tristeza deste cinzento dia que pinta a paisagem que, através da vidraça da vida... ainda contemplo!